Cronologia

1928
Maria da Conceição de Moura Borges Magalhães – Kukas, nasce no dia 5 de Maio, na Quinta de S.ta Marta, na Beira Baixa, Portugal.

Anos 30
Estuda no Colégio de S.ta Maria, em Torres Novas.

Anos 40
Estuda no Liceu Rainha D. Filipa de Lencastre, em Lisboa – nesta fase “revelou-se um certo jeito não tanto para o desenho mas para o sentido da cor, da harmonia cromática”.

Anos 50
Pensa fazer um Curso de Direito – “era a (sua) ideia, perfeitamente metafórica, de fazer justiça ao mundo”2. Desiste desta vontade, por doença prolongada, e nesse hiato repensa a sua vida, optando por algo mais directo e imediato. Opta por realizar um Curso de Educação Familiar na Obra das Mães pela Educação Nacional, em Lisboa, onde se aprendia Cozinha, Puericultura, História de Arte e Cerâmica. Após o curso, começa a fazer peças totalmente diferentes dentro da cerâmica – “mas não era um campo que (a) satisfizesse, embora vendesse tudo o que fazia e tenha sido importante para (si), sobretudo pelo contacto com a matéria”.
Frequenta aulas particulares de Desenho com o Pintor e Gravador José Júlio. Estuda na Sociedade de Gravura, em Lisboa. Frequenta aulas de Escultura com o Escultor Martins Correia.

1958
Parte para Paris para estudar Educação pela Arte, mas opta pelo Curso de Decoração de Interiores, na École Supérieure des Arts Modernes.
Visita com regularidade a Galerie du Siècle, no Boulevard St. Germain, em Paris, para ver as jóias e os objectos de design nórdico e escandinavo aí expostos.
Frequenta as aulas de Desenho de Modelo da Academia La Grande Chaumière, em Paris.
Faz um estágio de Educação pela Arte no Museu do Louvre, onde conhece o pintor Marc Chagall, que a convida para a inauguração da sua grande retrospectiva, em Paris.

1959
Visita a exposição “Jóias Pré-Colombianas”, em Paris – “a qual teria pesado no (seu) interesse pela joalharia, revelando-(lhe) a nobreza técnica e emotiva, para lá de sentidos ostentatórios…”.
Durante o período em Paris, encontra-se regularmente com outros artistas portugueses aí residentes, nomeadamente Lourdes Castro, Rene Bértholo, João Vieira e José Escada.

1961
Termina o curso de Decoração de Interiores na École Supérieure des Arts Modernes, em Paris.
Após finalizar o curso, tem várias propostas de trabalho naquela cidade, nomeadamente para colaborar numa loja de decoração, mas recusa e, por razões afectivas, regressa a Portugal.

1962
Inicia o seu trabalho em Decoração de Interiores, que a sustenta financeiramente, mas do qual se vai desmotivando gradualmente.
Experimenta as técnicas de pintura em seda e cerâmica, desenvolvendo alguns trabalhos que mostra e vende na loja da Pintora Menez, na Rua Nova do Almada, no Chiado.
Projecta a sua primeira jóia e procura uma oficina para a realizar. No entanto, e devido à inovação da peça, o próprio ourives sugere que seja Kukas a realizá-la, convidando-a a fazê-lo na sua oficina.
Cria o seu ateliê em casa, onde desenha e projecta as peças.
Contacta o Mestre Ourives Jordão, na altura professor na Escola António Arroio, para a ensinar a fazer as primeiras peças, passando mais tarde e até 1974 a ser a sua oficina que executa todas as jóias que Kukas projecta.
Durante este período trabalha sozinha, enquanto artista/designer, na área da Joalharia, e sente-se completamente isolada.
António Garcia e Daciano Costa são as primeiras pessoas com quem discute sobre Design em Portugal.

1963
De 29 de Novembro a 12 de Dezembro, realiza a 1.ª Exposição Individual “Jóias de Kukas” na Galeria Diário de Notícias, em Lisboa, a convite de Faria de Carvalho. Expõe sessenta e oito peças e é editado um catálogo com texto de Maria José de Mendonça. A exposição é um sucesso, tanto em termos de crítica, como de vendas. Todas as peças expostas são vendidas.
A 30 Novembro, sai uma critica à exposição na Galeria Diário de Notícias, no Jornal Diário de Notícias, intitulada “Buscando remota inspiração – Kukas apresenta um novo estilo de Jóias”.

1964
Em Fevereiro, é publicado o ensaio de Fernando Pernes “As Jóias de Kukas”, na Revista de Pensamento e Acção – O Tempo e o Modo.
Em Agosto, participa no “First Congress of Craftsmen”, em Nova Iorque, e faz um estágio com Irene Bryner no Craft Center, de Brookfield, Connecticut, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian. No âmbito do congresso participa numa exposição colectiva na Columbia University, em Nova Iorque.
Aproveita a sua viagem aos Estados Unidos para percorrer 24 000 kms, durante quatro meses, em autocarro, desenhando um percurso pela América do Sul com paragens no México.
Em Dezembro expõe setenta e cinco peças na Galeria Divulgação, em Lisboa. No âmbito da exposição, o seu amigo Arquitecto Duarte Nuno Simões escreve um ensaio sobre a sua obra.

1965
A 6 de Janeiro, é publicada a entrevista “A Propósito da Joalharia Moderna | Diálogo com Kukas”, no Jornal de Letras, onde a criadora explana o seu percurso na joalharia e contextualiza a sua obra na panorâmica das Artes da época.
Em Abril, expõe individualmente, pela terceira vez, na Galeria Divulgação, no Porto. Em Novembro, é publicado o ensaio de Fernando Pernes, “Jóias de Kukas”, sobre essa exposição, na Revista Colóquio, da Fundação Calouste Gulbenkian.
Participa na exposição “Portugal”, no Rio de Janeiro, organizada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.

1966
Em Dezembro, expõe cinquenta e cinco peças na Galeria Interior – Centro Português de Tapeçarias, do Arquitecto Conceição Silva. Por ocasião desta exposição, é editada uma brochura com um texto da artista e ensaísta Ana Hatherly.

1967
Desenha as jóias que Eunice Muñoz usa na peça “FEDRA”, de João Avillez, levada a cena pelo Teatro Experimental de Cascais.
Em Abril, sai o artigo “As Jóias de Kukas”, na Revista EVA.

1968
Manuel de Brito convida Kukas a realizar uma exposição individual de 26 de Junho a 13 de Julho, na Galeria 111, em Lisboa. A exposição denomina-se “KUKAS” e inova pela forma como a artista instala as peças no espaço, dentro de globos transparentes de acrílico, criando um enorme impacto junto do público e dos media. Esta exposição, sendo a quarta individual da artista, retrata claramente a transição de uma fase arqueológica e orgânica para uma fase mais industrial e geométrica.
A 4 de Julho, sai a entrevista “Kukas: a renovação da joalharia” no Diário de Notícias, no âmbito do sucesso da exposição na Galeria 111.
O seu trabalho é representado na Galerie La Cloche, em Paris.

1969
Kukas recusa o convite do Pintor Carlos Botelho para participar no IV Salão de Arte, na Secretaria Nacional de Informação, onde iria ser atribuído o Prémio Nacional da Joalharia.
Para além de Alberto Gordillo, que foi o vencedor, participaram na área de Joalharia Aida Furtado, Francisco Lhamo, Jorge Mealha e Zeca Mealha e Segismundo Peres-Ramires.

1971
A 17 Dezembro, inaugura a exposição individual “KUKAS”, na Galeria 111, em Lisboa.

1972
A 29 de Janeiro, o Programa Dimensão, na RTP, dedicado às Artes Plásticas, entrevista a criadora no seu ateliê, em Lisboa. A notícia do Diário Popular refere que “O Programa produzido e realizado por António Botelho e José Elyseu, apresenta como tema de fundo, uma desenvolvida referência à renovadora de jóias de arte moderna, Kukas, que se impõe pela qualidade plástica e pela intenção que soube imprimir aos seus trabalhos, integrando a produção de jóias numa estética actual”.

1975
A convite do Arquitecto Diogo Pimentel e do Arquitecto Nuno Teotónio Pereira, do Grupo MRAR – Movimento de Renovação da Arte Religiosa,
desenha a partir desta data uma série de objectos de Arte Sacra, nomeadamente castiçais, anéis para bispos e um sacrário para a Capela do Colégio Cidadela, em Cascais.
Começa a realizar as suas peças na oficina do ourives Manuel Pinto de Lima, em Lisboa.

1977
Participa na exposição “Mulheres Portuguesas” – com Ana Hatherly, Ana Vieira, Salette Tavares e Paula Rego, entre muitas outras artistas portuguesas –, na Sociedade Nacional de Belas-Artes, de Janeiro a Fevereiro, em Lisboa, e no Centro Cultural Calouste Gulbenkian de Paris, de Março a Abril.
Expõe na Bienal de Arte de S. Paulo e no Museu Nacional de Belas-Artes, no Rio de Janeiro. Sai uma crítica sobre a sua exposição no Rio de Janeiro, na Revista do Jornal Última Hora.
Expõe na Galeria Série, em Madrid.

1981
Abre a Loja Kukas, na Praça das Flores, n.º 57 – a primeira loja de design de jóias e joalharia de autor em Lisboa.
Faz parte do júri, como representante da Secretaria de Estado da Cultura, do primeiro Concurso Nacional de Joalharia de Ouro, uma iniciativa do International Gold Corporation (InterGold), “que visava estimular a criatividade dos artistas desenhadores e ourives portugueses na procura de novas formas, no domínio da ourivesaria”.
Nesta época passa a realizar as suas peças. na oficina do ourives Acácio Fernandes da Silva & Filhos Lda., em Lisboa, com quem trabalha regularmente até 1999.

1982
A 1 de Julho, inaugura a mostra “Kukas – Jóias e Objectos”, na Galeria de Exposições Temporárias da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Expõe cento e três peças. Por ocasião desta exposição, é editado um catálogo com prefácio do escritor António Alçada Baptista e da poetisa, ensaísta e artista plástica Salette Tavares.
Na sequência desta última exposição, são publicadas três entrevistas: a 4 de Julho, “Em busca da inovação e da autenticidade – Kukas expõe Jóias e Objectos na Gulbenkian”, no Jornal A Capital; a 6 de Julho, “Kukas, um nome para certas jóias”, conduzida por Maria Antónia Fiadeiro, no Jornal de Artes e Letras; e, a 23 de Julho, “Vinte anos a reinventar a ourivesaria portuguesa”, no Jornal O Dia, conduzida por Margarida Botelho. Sai também uma crítica – “Jóias, objectos e acima de tudo uma mulher” – de Vera Lagoa, no Jornal O Diabo.

1983
É publicada a entrevista “Kukas: a jóia em pessoa” conduzida por Christina Autran e uma fotografia de José Manuel Costa Alves na edição n.º 4 do Destaque.

1985
Em Junho, inaugura a exposição “Kukas – Jóias e Objectos” na Galeria Gilde, em S. Torcato, Guimarães, a convite de Luís Teixeira da Mota. Esta é a sua oitava exposição individual, na qual reúne cento e vinte jóias e objectos. Por esta ocasião, é editado um catálogo com vinte desenhos das suas peças, da autoria do escultor Pedro Ramos, com textos do escritor Alçada Baptista, da poetisa, ensaísta e artista plástica Salette Tavares e da própria Kukas. Simultaneamente, noutras dependências da mesma galeria, decorre uma exposição colectiva de pintura de Carlos Calvet, Cruzeiro Seixas, Graça Morais, Guima, Jorge Martins, Lima de Freitas, Mário Américo, Nadir Afonso e Teixeira de Vasconcelos. Na sequência desta exposição, é publicada a entrevista “Olhai as Jóias no Campo” no Jornal O Semanário, conduzida por Madalena Fragoso.

1986
Expõe na Ringeling Gallery, em Roterdão. No âmbito da exposição é editado um catálogo com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.
É convidada a fazer parte do júri do Concurso Cultura e Desenvolvimento, na área de Ourivesaria, promovido pelo Instituto da Juventude. Para alem de Kukas fazem parte do júri, Tereza Seabra e um representante do Instituto da Juventude.
No dia 3 de Janeiro, é publicada uma entrevista intitulada “Kukas – Não há Jóias tristes” no Jornal o Tempo, conduzida por Paulo David.

1987
Participa na mostra FIDEM – Exposição Internacional de Arte Medalhística, com duas medalhas: “Lake Shore Drive” e “Coração Orgânico”.

1988
É convidada por Isabel Silveira Godinho, directora do Palácio Nacional da Ajuda, a desenvolver o projecto expositivo de jóias inspiradas no espólio do Palácio, por ocasião do aniversário natalício da Rainha D. Maria Pia.
A exposição “Uma Homenagem à Rainha D. Maria Pia (1847/1911)” mostra quarenta e sete peças, das quais se destaca o núcleo inspirado nas colecções do Palácio, nomeadamente o nó sabaudo, símbolo utilizado pela casa de Sabóia. Inaugura a 16 de Outubro na Sala do Retrato da Rainha.
Participa na Feira da Cultura, na FIL – Feira Internacional de Lisboa.

1989
Participa na FIDEM – Exposição Internacional de Arte Medalhística, em Colorado Springs, nos EUA.
Kukas abre uma segunda loja com o seu nome, na Rua do Sacramento, no Chiado, em Lisboa. Para além das suas criações, a loja mostra e vende peças de outros autores nacionais e internacionais. Por divergências de gosto e de política de gestão entre os sócios, este projecto encerra cerca de um ano depois.
Em Abril, é publicado o artigo “Ourivesaria Muito Bem Parece Ouro”, de Inês Felgueiras e Sousa, com o capítulo “Kukas – 52 Anos, 26 de Actividade – Autonomia da Forma”, na Revista Elle; e, em Setembro, o artigo “Kukas:
O fascínio da forma”, na Revista Marie Claire e a entrevista “Kukas assina Jóias e Objectos” na Revista Máxima, conduzida por Maria Antónia Fiadeiro.

1990
Cerca desta data as suas jóias passam também a ser concebidas na oficina do ourives José António Nunes Pedro, em Lisboa.
A exposição da FIDEM, na qual participava, faz itinerância por Helsínquia, Finlândia.
De 14 de Novembro a 10 Dezembro, participa no 1.º Simpósio Internacional da Jóia, promovido pelo Museu Nacional do Traje, expondo na Galeria de Arte do British Council, em Lisboa, com Alberto Gordillo, Alexandra Serpa Pimentel, Ana Campos, Ana Fernandes, Cristina Filipe, Filomeno, Guta, Maria José Oliveira, Paula Crespo e Tereza Seabra.
Participa na exposição “Prestígio e Qualidade”, promovida pelo ICEP – Instituto de Comércio Externo de Portugal, em Madrid.

1991
A convite do Dr. Francisco Noronha Andrade, Presidente da Servitas de Nossa Senhora de Fátima, desenha um relicário que continha pedaços da azinheira onde Nossa Senhora apareceu de Maio a Outubro de 1917, para oferecer ao Papa João Paulo II, no âmbito da sua visita a Portugal.
Participa na mostra colectiva “A Medalha Portuguesa no século XX”, em Bruxelas, realizada no âmbito da EUROPÁLIA e comissariada por Carlos Baptista da Silva. Nela participam diversos artistas de várias gerações e disciplinas.
Expõe no Concert Noble, em Bruxelas.

1992
Expõe no Palais des Congrès, em Paris e no Hotel des Indes, em Haia.
De 3 a 31 de Outubro, expõe individualmente na Galeria Évora Arte, em Évora.
Representa Portugal na exposição colectiva “Profile Portugal” promovida pelo ICEP – Instituto do Comércio Externo de Portugal. Esta exposição fez itinerância pelos seguintes locais: Galeria – Concert Noble, Bruxelles, Galeria – Palais des Congrés, Paris, Galeria-Beurs van Berlage, Amesterdão, Galeria-Royal College of Art, Londres e na Borssalen Borsen, Copenhague. Neste evento, Kukas expôe ao lado de outros designers e artistas nomeadamente: Alexandra Serpa Pimentel, Ana Campos, Augusto Alves da Silva, Filipe Alarcão, Pedro Casqueiro, Paula Crespo, Pedro Calapez, Rafael Bordalo Pinheiro, Pedro Silva Dias, José Pedro Croft, Teresa Vaz e Tereza Seabra.
Em Novembro, a exposição individual “Kukas“, no Museu Nacional de Traje, integra a programação do II Simpósio Internacional da Jóia, promovido por Madalena Braz Teixeira.
Por esta época encerra a primeira Loja Kukas, na Praça das Flores, ao fim de mais de uma década de grande sucesso, por divergências na sociedade que a geria.

1993
No âmbito da grande exposição retrospectiva do paisagista Silva Porto, promovida pelo Instituto Português dos Museus, que decorreu no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, a então Directora Simonetta Luz Afonso convida Kukas a conceber uma peça alusiva à obra deste artista. A criadora realiza um conjunto de doze folhas de morfologias diferentes passíveis de ser usadas individualmente como alfinetes.
A convite de Maria Áurea Troçolo, instala-se numa parte do espaço da loja de design Arte Bruta, da Rua do Século, em Lisboa, onde mostra e vende as suas peças.

1994
Expõe objectos na Galeria Quatro, em Leiria.
É publicada uma grande entrevista intitulada “Kukas”, na Revista Relógios e Jóias.

1996
Cria a marca MBL – Jóias e Objectos Lda., com a sua sobrinha Sofia Moura Borges. A marca tem como objectivo industrializar os seus objectos em aço e latão niquelado, de modo a garantir maior durabilidade e aumentar a produção. As peças continuam a ser assinadas e credenciadas com o nome da artista.
Vende os seus objectos nas lojas Domo, Arte Bruta e Altamira. Participa em feiras e certames de design, onde promove e vende o seu trabalho.

1997
Participa na 1.ª Bienal de Leiria Arte Contemporânea’ 97, expondo na Galeria Museu da Imagem do Teatro José Lúcio da Silva e na Galeria Quatro, ao lado de Nikias Skapinakis, Pedro Proença, entre outros.
A 19 de Agosto, é publicada a entrevista “Pioneira do design português na área das jóias e dos objectos”, na Revista VIP Jóias, conduzida por Pedro Justino Alves.

1998
Abre a nova Loja Kukas na Rua de S. Bento, n.º 302/304, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, que cede temporariamente um espaço camarário, fechado há mais de vinte anos, e que tinha como contrapartida a aliciante de criar uma pequena oficina que proporcionasse condições para jovens se formarem e estagiarem. Kukas “renasc(e) das cinzas”, como afirmou, após sete anos de luto difícil, depois do encerramento do seu primeiro espaço, na Praça das Flores. Retoma, assim, o contacto com o seu público de uma forma mais directa, imprimindo de novo o seu cunho num espaço que voltou a marcar Lisboa pela inovação e qualidade.

1999
O ICEP – Instituto do Comércio Externo de Portugal promove a exposição “Portugal: Memória do Futuro, Cultura, Moda, um Povo”, na Galeria C.A. ABC Serrano, em Madrid, e Kukas expõe, uma vez mais, jóias ao lado de Filomeno Pereira de Sousa, Ana Silva e Sousa, Alexandra Serpa Pimentel, Paula Crespo, Pedro Cruz, Tereza Seabra, Augustus, Manuel Alves e José Manuel Gonçalves, Maria Gambina, Ana Salazar, José António Tenente, Marília Maria Mira, Nininha Guimarães dos Santos, Inês Nunes, Marco Sousa Santos, João Martins, Cristina Filipe, Filipe Alarcão, Rui Sanches, Rita Filipe e Fernando Brizío.
Em Maio é publicado o artigo “O Suave Brilho do Metal” de Maria do Carmo Martins, com fotografias de Manuel de Aguiar, na Revista Casa Cláudia.
Em Fevereiro, é publicada a entrevista “Kukas – Desenhar peças diferentes e muito originais”, na Revista Caras, conduzida por Isabel Pereira, e ainda o artigo “As duas paixões de Kukas: as jóias e o gosto de viver”, da autoria de Carlos Oliveira.
A 4 de Dezembro, é publicada uma entrevista intitulada “Kukas Imaginação sem Limites”, na Revista do Jornal O Semanário, conduzida por Carla Rodrigues.
Também em Dezembro celebra o primeiro aniversário no seu novo espaço na Rua de S.Bento com a exposição de pintura de Francisco Noronha de Andrade.

2000
De 6 de Maio a 3 Junho, participa na exposição “Imagens para a Poesia de Virgínia Victorino”, na Galeria Conventual, em Alcobaça.

2001
A empresa Mandala – Produções de Vídeo solicita a Kukas o design de um troféu, no âmbito do programa “Dança Comigo”.
Carlos Pissarra, Director da Revista Lux, convida Kukas a expor objectos no evento “Lux Deco”, na Gare Marítima de Alcântara, Lisboa. Tendo o stand de Kukas sido desenhado pela Arquitecta Cristina Santos Silva.

2002
O último andar do prédio onde estava localizada a Loja Kukas, na Rua de S. Bento, arde, e Kukas é obrigada a encerrar o espaço, que fica totalmente danificado após o incêndio. Aguarda dois anos por obras da parte da CML, mas as mesmas nunca se vieram a realizar e a loja não reabre.

2005
Desenha o Troféu “Condor” para a APIT – Associação de Produtores Independentes de Televisão.

2007
A partir desta data, passa a realizar em exclusivo as suas peças com o ourives Akhsar Jatievi (Peish, Geórgia).

2008
De 14 Fevereiro a 8 Março participa na Mostra de Joalharia da Cidade de Lisboa, na Galeria Hibiscos, na mesma cidade. Kukas expõe ao lado de Alberto Gordillo, como representantes da década de 60, numa mostra que pretende ser uma retrospectiva da História da Joalharia em Portugal.
Em Maio, na edição comemorativa dos 20 anos da Revista Casa Cláudia sai o artigo “A cidade a seus pés” – na rubrica a Casa do Designer – da autoria de Cristina Cordeiro, com fotografias de Giorgio Bordino e do Rodrigo Ferreira. Este artigo saiu pela primeira vez em 1990 , na edição nº29.

2009
Faz parte do Júri do Concurso VIP Jóias, promovido pela revista com o mesmo nome.

2010
É homenageada, pela Revista VIP Jóias, pelos seus mais de 40 anos de carreira e é mais uma vez convidada a fazer parte do júri do concurso VIP Jóias promovido por esta revista.

2011
Kukas reside e tem ateliê na sua casa, na Colina do Castelo, em Lisboa, onde trabalha, em articulação com o ourives Akhsar Jatievi e com os seus clientes / coleccionadores e amigos.

2012
Exposição retrospetiva no MUDE, curadoria de Cristina Filipe. 
Esta retrospectiva define um percurso cronológico ao longo de cinquenta anos colocando em diálogo perto de 200 peças de diferentes fases e períodos de Kukas, distantes no tempo e modo de fazer. 

2018
Início do projecto Kukas by Casa Fortunato. 
Depois de alguns anos de trabalho em conjunto, a Casa Fortunato criou o espaço Kukas no seu estúdio atuando como seu embaixador, garantindo que sua história continue no futuro. Objetos lindamente feitos, esculturas que despertam a imaginação e pinturas que trazem significado são os pilares naturais do estúdio da Casa Fortunato e algo que gostamos de fomentar, apoiando jovens talentos e também aqueles heróis legados. O caso de Kukas, uma designer portuguesa de 95 anos que é uma criadora prolífica e artista contemporânea que molda o cenário artístico impôs-se como uma oportunidade maravilhosa de deixar o seu legado.

2020
Retrospective exhibition at MUDE, curated by Cristina Filipe.
This retrospective defines a chronological path over fifty years, placing in dialogue nearly 200 pieces from different phases and periods of Kukas, distant in time and way of making.

Cronologia elaborada por Cristina Filipe, Setembro de 2011

In catálogo da exposição Kukas: Uma nuvem que desaba em chuva

Edição
MUDE – Museu do Design e da Moda, Colecção Francisco Capelo
e INCM – Imprensa Nacional Casa da Moeda

Ficha técnica:
Conceção e coordenação científica Cristina Filipe
Coordenação editorial Rita Rodrigues
Texto institucional Catarina Vaz Pinto
Ensaios Bárbara Coutinho, Cristina Filipe, Kukas
Design gráfico Nuno Vale Cardoso + Nina Barreiros
Formato 29×14,5cm \ 160 p.
Ano 2011

www.mude.pt

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